Jochen Müller, Schenker Deutschland AG: “TEMOS EXPECTATIVAS A RESPEITO DE NOSSO RELACIONAMENTO COMERCIAL COM LAN CARGO, PORQUE VEMOS A REDE QUE ELA TEM NA AMÉRICA LATINA”

Nesta edição, Guido Henke, Diretor Europa de LAN CARGO, fala com Jochen Müller, parte da  Diretoria de Air Freight, Logística de Feiras e Eventos Especiais de Schenker Deutschland AG, também responsável por DB Schenker Logística Região da Europa Central, em seu escritório em Frankfurt, Kelsterbach.

Müller começou a trabalhar para DB Schenker en 1994, ocupando diversas posições na Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos, entre elos CEO de Schenker Limited UK, função que desempenhou até novembro de 2011, data na qual ele mudou para Frankfurt devido a seu emprego atual.

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Guido Henke (GH): Sr. Müller, Qual é a importância da logística em sua empresa?

Jochen Müller (JM):As atividades de transporte e logística de Deutsche Bahn operam no mercado como DB Schenker Logistics e DB Schenker Rail. DB Schenker Logistics funciona como fornecedor de serviços de logística integrada e oferece transporte terrestre na Europa, transporte aéreo e marítimo mundial, bem como sofisticadas soluções de logística de contratos e a gestão global da cadeia de fornecimento a partir de uma só fonte. Nossa irmã, DB Schenker Rail, é o fornecedor  líder de serviços de transporte ferroviário de carga na Europa.

GH: Qual é a importância da carga aérea dentro de DB Schenker Logistics?

JM: Devemos levar em consideração que temos muito transporte terrestre na Europa, razão pela qual a carga aérea em nível mundial representa aproximadamente 20% das receitas totais.

GH: Quantos empregados trabalham na carga aérea?

JM: Considerando apenas os empregados de carga, sem contar as outras atividades de apoio, em nível mundial somos aproximadamente 6.000 e, na Alemanha, entre 600 e 700.

GH: E na América Latina?

JM: Por volta de 300 funcionários.

GH: Como são avaliados os resultados obtidos durante este ano 2013?

JM:  Fomos bem sucedidos num mercado muito difícil. Na Alemanha, especialmente, conseguimos crescer num mercado que está diminuindo.

GH: O que você espera para o restante de 2013?

JM: O mercado não está ajudando, por isso vamos ter que nos ajudar nós mesmos, já seja ganhando clientes que trabalham com outros agentes, ou sendo mais eficientes através de uma redução nos custos, o que irá gerar crescimento na margem. Já fizemos isso no passado, com bons resultados, estão vamos continuar com a mesma estratégia. Os peritos não esperam uma recuperação nos mercados, o que significa que a competição pela participação no mesmo “bolo” será muito intensa.

GH:  E para  2014?

JM: Se bem nós não esperamos um crescimento importante no mercado durante o próximo ano, queremos incrementar nossa participação.

GH: Quais são as metas a curto e longo prazo que vocês têm como empresa?

JM: Nossa meta ao longo prazo é ser líderes em cada mercado e, para isso, nossa rede completa precisa ter uma posição chave em cada um dos pontos onde opera. Em linha com nossa estratégia, queremos superar o crescimento do mercado, além de ser o número um em excelência operativa e soluções para nossos clientes. Além disso, queremos ser a marca número um em Logística Ecológica.

GH: Que é o mais importante para cumprir seus objetivos ao longo prazo?

JM: Estamos firmemente convencidos que a qualidade é o fator chave para o êxito ao longo prazo. Se bem ela tem seu preço e podem ser feitas ofertas atrativas com algumas reduções de qualidade, isso não é bom para a reputação de uma empresa a longo prazo. Nós, mesmo em  temporada baixa, pudemos manter nossos padrões de qualidade com resultados positivos. Finalmente, isso é muito importante para os clientes.

GH: Qual é sua experiência com a indústria farmacêutica e como você vê o futuro desenvolvimento deste segmento de mercado?

JM: Para continuar crescendo, temos que tratar com todos os segmentos do mercado que estão mostrando um bom potencial de crescimento futuro; e a indústria farmacêutica definitivamente é um deles, por essa razão vamos nos focar nele.  Vai ser necessário investir, formar um relacionamento com a indústria e ganharmos sua confiança, que é muito importante, Para isso, um enfoque de trabalho em equipe é fundamental, e é necessário insistir na qualidade como fator chave do êxito na indústria farmacêutica. Preços competitivos não serão suficientes, são necessários peritos que atendam suas necessidades e falem a mesma linguagem.

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GH: O que acontece com outros segmentos?

JM: Em nossa empresa temos muitos especialistas nesses mercados “verticais”, como o automotor, energia solar, partes aeronáuticas e, logicamente os setores farmacêuticos.

GH: DB Schenker Logistics joga um papel importante no segmento de transporte para eventos esportivos. O que pode nos dizer a esse respeito?

JM: Em férias e exposições nós somos líderes do mercado e continuamos desenvolvendo nossa estrutura pessoal e especializada acrescentando a esses segmentos os Transportes Especiais. Após a aquisição dos conhecimentos necessários, conseguimos aplicar melhorias para todos os segmentos e hoje estamos oferecendo o serviço de Logística de Eventos, que incluem os esportivos, turnês musicais, entre outros. No caso dos Jogos Olímpicos, somos fornecedores ativos, participando como co-parceiros ou fornecedores de logística independente.

GH: Também estarão presentes durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro?

JM: Se bem ainda não está definido o parceiro oficial destes Jogos Olímpicos, sem dúvidas vamos estar lá apoiando nossos clientes.

GH: Chegando a nossa região, o quanto é importante a América Latina para  DB Schenker no tocante a carga aérea?

JM: Para nós, América Latina é um dos mercados do futuro, isso fica refletido em nossa estratégia como empresa. Na Europa é muito difícil continuar crescendo em carga aérea, já quem não existe espaço suficiente para os grandes passos de nossa posição atual. Por outro lado,  América Latina, ao ser um mercado em crescimento, tem muito mais espaço para nós. Estamos apontando para lá, e vamos começar a crescer através de aquisições potenciais.

GH: Quais são para vocês os maiores mercados lá?

JM: Os mercados principais são muito claros. O Brasil, devido a seu  tamanho e sua força econômica, Argentina e Chile são mercados muito importantes para nós. Há pouco tempo estive numa palestra na América do Sul com a finalidade de intensificar as relações com a região.

GH: Como você avalia LAN CARGO como sócio? De seu ponto de vista quais são nossos pontos fortes e quais aspectos ainda não cumprimos com os padrões que DB Schenker Logistics está esperando?

JM: Em primeiro lugar, é importante mencionar que não há avaliações negativas do desempenho de LAN CARGO. Temos expectativas em nosso relacionamento comercial, principalmente porque  vemos muito claramente a rede que eles têm para e dentro da América Latina.

Como já disse antes, o que sempre é importante para nós é a qualidade, razão pela qual queremos aproveitar a oportunidade de desenvolver alguma coisa juntos, onde a qualidade seja o motor e estejamos de acordo nos produtos claramente definidos. Também é importante algum tipo de  flexibilidade da parte de nossos sócios, especialmente se o cliente traz necessidades inesperadas, o que acontece muitas vezes.

Outro aspecto são os custos; devemos tratar de desenvolver conjuntamente os processos e alternativas para que ambas empresas possam reduzir as despesas. E-freight é um bom exemplo disso. Tenho certeza que há uma grande oportunidade, não apenas para que nossos processos sejam mais eficientes e reduzam nossos custos, mas para fortalecer nossa associação.

Para nós também é muito importante que nossos sócios contem com uma equipe de funcionários profissionais, que entendam as necessidades de nossos sócios e possam encontrar rapidamente uma solução adequada para suas dúvidas e/ou problemas. Desta maneira eles irão ganhar nossa confiança e, sem dúvida, será criado um relacionamento mais sólido.

GH: Falando de você, você é de Frankfurt?

JM: Não, embora tenha trabalhado em diferentes ocasiões em Frankfurt, eu nasci em Worms, Alemanha, e agora moro em Mannheim.

GH: Então você não é fã do Eintracht Frankfurt, certo?

JM:  Para falar a verdade gosto mais do Mainz 05, principalmente porque tenho um grande respeito pelo que eles têm feito nestes últimos anos, apesar do orçamento tão limitado.

GH:  E falando em país?

JM: Gostaria de responder desta maneira. Em nossa Diretoria temos um colega que veio da Baviera e outro Dortmund. Pessoalmente, e sem ser um verdadeiro fã, eu gosto mais do estilo de Dortmund, mas preciso admitir que o Bayern München é melhor sucedido.

GH: Muito obrigado por seu tempo e esta interessante conversa.

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